A ASSOCIAÇÃO DE ANEMIA FALCIFORME DO ESTADO DE SÃO PAULO - AAFESP é uma entidade sem fins lucrativos, legalmente constituída desde março de 1997, mas, atuando informalmente, desde 1993, em conjunto e parceria com a Associação Afro-Brasileira Ogban. Tem como objetivo contribuir para a redução da mortalidade por Anemia Falciforme no Brasil e no mundo, através da disseminação de informação.
Utilizando o Product Discovery, nosso processo de trabalho consistiu nas seguintes etapas:
Podemos dividir essa fase em duas etapas:
Através dos resultados, realizamos uma reunião com a ONG para esclarecer informações que não ficaram claras com o briefing.
Após a reunião com a ONG, mapeamos os problemas mais comentados pelos responsáveis:
A partir de todas as informações que conseguimos levantar, nos reunimos para definir qual problema abordaríamos: A falta de voluntários na ONG.
Definido o objetivo, iniciamos a fase de pesquisa.
Primeiro, precisávamos aprender e entender melhor sobre a Anemia Falciforme, então realizamos uma Desk Research.
Após nos reunirmos, optamos por realizar uma segunda pesquisa, desta vez, buscando a visão do portador da doença. Entramos em contato com algumas pessoas, e conseguimos interessados em compartilhar suas experiências.
Desenvolvemos um roteiro para nos guiar durante as entrevistas: conversas informais e direcionadas para a realidade – previamente levantada - de cada participante.
E, a fim de não deixarmos de adquirir informações importantes, realizamos um questionário online voltado para os atuais voluntários da ONG. Obtivemos 13 respostas.
"Fazer algo pelos outros e compartilhar conhecimento..." Uma das respostas obtidas através do questionário
Nesta etapa de finalização da pesquisa, levantamos os resultados obtidos com o questionário. Respostas que geraram muitos insights, os quais foram agrupados por similaridade, o Affinity Mapping.
Dentre nossas descobertas, observamos as possibilidades que nos basearíamos para propor uma solução.
Todas as informações adquiridas foram documentadas para que todos pudessem acessar e então, passar para a próxima etapa.
Nesse momento, para nos ajudar e estimular a geração de ideias e explorar os insights, utilizamos o exercício de How Might We (Como Poderíamos).
Coletamos todas as ideias e unificamos as que se completavam ou que se repetiam. Feito essa filtragem, nós realizamos um Dot Voting para priorizar o que faria mais sentido.
Para nos mantermos dentro do tempo necessário, nosso MVP (Produto Mínimo Viável) foi definido levando em consideração a facilidade de aplicação e o valor que trariam para a ONG.
Então, realizamos outra priorização através do Now, Next, Later. Ele consiste em classificar as soluções que proporcionem maior valor e que gerem menor esforço e que possam ser entregues mais rápido na coluna Now.
Nosso objetivo era entregar uma proposta completa que solucionasse os pontos que decidimos abordar:
Com nossas pesquisas, percebemos que já haviam sites com o objetivo de recrutar voluntários, uma solução a curtíssimo prazo. A partir disso, selecionamos as principais plataformas e criamos um guia para que a ONG já pudesse realizar o cadastro em cada uma delas.
A inscrição para se tornar um voluntário, será feita através de um formulário desenvolvido no Google Forms, pela ONG possuir parceira com o Google e facilidade na plataforma.
As respostas submetidas são registradas e podem ser convertidas em uma tabela no Google Drive, servindo como banco de dados e podendo ser facilmente consultada.
Para isso, realizamos mais uma reunião com a AAFESP e, optamos por desenhar uma jornada de usuário em um cenário definido: realizar uma candidatura como voluntário.
Após analisarmos, levantamos os pontos de atrito contidos na jornada e a modificamos utilizando nossas soluções.
Observamos a oportunidade de oferecer uma solução capaz de facilitar e abranger por completo o fluxo de cadastro de novos voluntários. Percebemos que a criação de uma Landing Page com informações sobre o voluntariado atenderia a essa necessidade. Nela seria possível encontrar mais sobre processo de cadastro e um link redirecionando o leitor a um formulário para ser preenchido.
No site da ONG não foi encontrada nenhuma sinalização sobre a possibilidade de realizar um trabalho voluntário.
Com todos os protótipos prontos e revisados pelo time, decidimos realizar alguns testes de usabilidade com usuários. Para manter o prazo que tínhamos, nosso teste contou com 5 participantes, com idades entre 23 e 66 anos e foi necessário assinar um termo de consentimento nos permitindo gravar os testes para consultas futuras pela equipe com intuito de identificar possíveis melhorias.
Foram definidos, então, o cenário e as tarefas que o participante deveria realizar durante o teste:
Ao finalizar o teste, o participante respondia algumas perguntas com o intuito de validar informações colhidas durante a observação, além de abrir um espaço para que o usuário pudesse falar como foi a experiência e, se desejasse, fazer algum comentário.
Após finalizarmos todos os testes, levantamos as oportunidades de melhorias observadas e seguimos para próxima etapa.
Após analisarmos as melhorias fornecidas por meio dos feedbacks dos testes e pela AAFESP, selecionamos as que eram possíveis aplicar dentro do tempo que tínhamos até a entrega para o cliente.
As alterações realizadas foram:
Esse estudo de caso, foi apresentado ao vivo aos organizadores da Semana do Product Discovery, juntamente aos responsáveis pela AAFESP.
A apresentação foi realizada por Alcides Pessoni e Fabrício Rezende, e está disponível para ser assistida aqui.
De fato, foi um projeto muito desafiador, que nos proporcionou a possibilidade de sair de nossa zona de conforto, tratando de um assunto o qual nenhum membro da equipe tinha conhecimento além de ser delicado por lidar com a saúde.
Durante o tempo do projeto, percebemos o real valor de uma documentação bem feita e clara para facilitar a comunicação entre a equipe; e também o controle constante do tempo, para que nenhuma etapa atrapalhasse ou atrasasse a seguinte, levando em consideração a entrega final.
Posso destacar meu aprendizado relacionado principalmente na área de pesquisa, onde pude me desenvolver muito entrevistando as duas pessoas portadoras da doença, exercitando minha adaptabilidade em cada conversa. Além de realizar a primeira pesquisa sobre o assunto, para ajudar a nos introduzir ao assunto, nivelar nossos conhecimentos e estar a par das informações encontradas na internet.